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Joyland - Resenha


A mais recente publicação de Stephen King, em 2015, foi Joyland, uma estória habituada no mundo da diversão e que explora o quê de sombrio dentro dos brinquedos e do clima descontraído que um parque de diversões abriga. Carolina do Norte, 1973. Devin Jones é o protagonista, um rapaz de vinte e um anos que procura ocupar a cabeça e os encher os bolsos durante as férias da faculdade, embora seu relacionamento esteja desgastado e terminado, Dev continua apaixonado por sua ex-namorada, Wendy Keegan, e entra de cabeça em Joyland, como seu refúgio particular de seu coração partido.
O parque de diversões tem seus fantasmas, no qual o que ganha destaque é Linda Gray - uma jovem que foi à Joyland numa noite de verão e foi encontrada morta no Horror House -, embora tenha sido assassinada de modo quase profissional, seu assassino nunca foi encontrado e nenhuma pista além da fotografia de Linda e o suposto namorado e responsável por sua morte. Temos a partir daí, a fixação de Dev em descobrir o que foi que aconteceu com Linda e em ver o seu fantasma.
Os personagens secundários são os próprios estudantes e os funcionários de Joyland, além de Mike e Annie Ross, que ganham destaque e participação ativa na resolução do mistério Gray. Há uma preocupação de Stephen King em criar empatia com o leitor, envolvê-lo no mundo de beleza, risos e charme que um parque dispõe, além de sua preocupação com o estado emocional de Dev que aproxima mais ainda o leitor da obra. Outro ponto positivo se deve à globalização do sobrenatural de King em seus escritos, já que Mike Ross é uma criança iluminada, apesar de não ser nomeado claramente, há a percepção do termo durante a leitura intitulado de "visão". 
Conforme a estória avança, Devin consegue descobrir fatos sobre o assassino de Linda que até então não haviam sido levantados pelo lapso de tempo, além dos locais em que os crimes haviam sido cometidos e a forma como os corpos foram encontradas apontavam para o mesmo modus operandi, exceto em um caso.
Dentre todas as personagens secundárias, vale dar uma olhada com atenção aos momentos focados nos funcionários fixos do parque de diversões e perceber como há pequenas dicas sobre o mistério de Linda Gray, além da sensação de paranoia que invade Devin quando ele tira suas conclusões sobre quem a matou.
Joyland usa o suspense bem amarrado como eixo principal da trama, além da exploração de King com suas personagens e a naturalidade com a qual o terror se encaixa sutilmente e vira o gênero principal de uma hora para a outra, sem se repetir durante o desenvolvimento da estória; também a aposta de King em escrever na primeira pessoa foi bem investida e resulta na aproximação do leitor, deixando-o como a personagem e não como um expectador silencioso.
Mas, o tipo de terror usado é mais natural do que atípico e perde o fio da meada em uns dois momentos de tensão, que quando acabam dão uma sensação de vazio, como se algo devesse acontecer. 
Joyland é o mais novo filho de King e, de praxe, não é fácil de se tirar da cabeça mesmo após de ter lido-o de capa a contracapa.

Nota do livro: 4,7 de 5

Dicas para compra
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2 comentários

  1. Raquel, não entendi um ponto do livro: Dev fica com a Annie? O final deixou meio "no ar" essa questão. Obrigada!

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  2. Oi! No livro eles têm um lance muito curto, eles só se envolvem romanticamente uma vez e se afastam depois disso.

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