POV: Geração Ostentação

Ah... A geração ostentação... Este é um dos assuntos mais comuns e rotineiros atualmente, pois onde quer que você vá existe uma pessoa ostentação. Particularmente, eu acredito que é uma geração com a mente manipulável e facilmente indecisa sobre sua própria identidade. Ou desesperados por atenção social.
Voltemos... A geração ostentação é uma grande epidemia - socialmente falando - direcionada àqueles que estão começando a ter pelos nas axilas. Mas o que compõe isso?, você me pergunta.
Oras, vamos por partes. Ostentação (ato de ostentar) significa exibir-se, mostrar-se ou exibir algo de modo vanglorioso, exibir algo demonstrando presunção intencional. Mas aí é que entra a grande merda: ostentar o que? Deve ser uma pergunta tão crucial e profunda quanto o mistério do sentido da vida humana, ou tão complexo quanto qualquer questão sobre o que fazer na situação E.U.A x Rússia.
Eis que o ato de ostentar passa a ser uma forma de vida e não apenas um verbo do nosso caro vocabulário. E eis que o maior pandemônio sobre a face da Terra une o desnecessário ao imbecil: o pseudo funk (também chamado de som do diabo, flatulências do capeta e desmoralização da mulher e da moral) com seus pseudos cantores (que mais falam do que cantam) começam a aliar a ideia de que a ostentação é o que há, a ideia absurda de que dizer que ter bens que não são seus ou que você não conseguiria sem a ajuda financeira de seus pais são para "poucos" e os "melhores" desta sociedade passa a ser vendida e comprada.
E em pouco tempo temos uma das piores ideologias já implantadas neste país: ostentação. Sejamos sinceros, muito sinceros... Quando o brasileiro faz merda, ele faz a merda com garantia estendida.
O que se passa na cabeça de um pré-adolescente, uma criança basicamente, em postar em redes sociais que ele comeu trinta na noite passada?! U.Ú Por que essa merda dessa criança não admite que na verdade estava na cama, às nove em ponto, após assistir Chiquititas e cantar as músicas?!
Esse é um dos focos principais da geração ostentação: a mentira constrói uma realidade da qual eu não pertenço. A ideia de que você pode publicar o que quiser na internet, inventar estórias absurdamente carregadas de ação, sexo livre e rebeldia compõe essa ideologia de ostentar aquilo que você não tem.
Até mesmo os próprios pseudo cantores deste som do capeta admitem que para fazer sucesso suas letras (se é que podem ser chamadas de letras ou composições) tem que criar a ideia de que eles vivem no bom e no melhor, de que seu estilo de vida resume-se a bebidas caras, drogas livres, mulheres aos montes e acessórios e roupas importados e/ou com quilates de ouro. Mas esses mesmo pseudo cantores admitem que antes de fazer sucesso, eles não tinham nem mesmo 0,001% daquilo que eles diziam ter.
#realitywins
Então por que vender essa ideia?
Porque desde os tempos mais primórdios é óbvia a necessidade humana de encaixar-se em algum padrão, seja naquilo que esteja na auge ou naquilo que é tido como ultrapassado, não importa; essa necessidade de encontrar alguma coisa que lhe dê uma certa identidade social sempre fala mais alto. Mas como uma merda dessa ainda vende?!
Talvez seja o lado humano, que é no que eu prefiro acreditar muitas vezes do que admitir que as gerações atuais estão cada vez mais beirando ao ridículo e à desmoralização de si mesmos.
Esta geração ostentação tem vários itens a exibir (maioria sendo dos pais):
- relógios caros (ok, fera, agora tire a foto rapidamente antes que o segurança da loja lhe peça para devolver ao mostruário);
- roupas caras ou com marcas importadas (pirataria wins);
- amontoados de dinheiro (legal, agora devolva o salário da sua mãe na bolsa dela antes que ela descubra... Muito vida loka hein fera, tá com risco de ficar sem internet!);
- amontoados de comidas no mercado (tirou a foto? Então pode ir devolvendo tudo nas prateleiras, porque seus pais só vão comprar o Fandangos);
- aparelhos não ortodônticos (AH... Meu favorito! Vai parecer um cavalo com as rédeas, vai ficar com os dentes iguais a um! Parabéns, 'táqui seu diploma de imbecil. Com pós graduação hein fera, porque ser vida loka desse jeito não é pra qualquer um! É isso aí, hein!)
- cortes de cabelo (ficam parecendo experimentos científicos, daqueles com danos colaterais);
- correntes (legal, agora devolve a corrente pra fechar o portão de casa antes que seus pais descubram);
- óculos escuros espelhados (AHHHH, AÍ SIM HEIN! Parece uma mosca, mas tá beleza, o importante é mostrar como você parece um inseto. Pode ser um farol ambulante, cuidado pra não bagunçar o trânsito hein);
- tênis de marca (só não deixe molhar porque, bem, você sabe que se chover esta réplica singela e com cores de colete de fiscal de ônibus não aguentará a umidade...);
- iPhones ou celulares recém-lançados (legal, mas quando você vai devolver o celular do seu pai?);
- "rolês" em baladas, seguidos de longas horas de sexo e bebidas (coisas que não aconteceram, não foram feitas pois a pessoa encontrava-se em casa, assistindo Chaves, tomando Toddynho e depois de muita insistência, a mãe o deixou ir no mercado da esquina para comprar pão, sempre acompanhado de um adulto).
Ou seja, não passam de um bando de crianças que querem brincar de adulto.
Infelizmente, muitas crianças que mal tem pelos na axila agem como se fossem responsáveis o suficiente para passar dias fora de casa, entrar em brigas com as autoridades e fugir, agem como se já estivessem fazendo sexo a torto e a direito porque tem uma genital e como se não dependessem de nada e de ninguém. Pois querendo ou não, essa ideologia de ostentação é muito forte por hora neste país.
#tudoumbandodemerda
A geração ostentação pode ser classificada numa única palavra: alienados. E carentes. Atenção social (é isso o que os motiva, não vejo outra razão mais lógica) é algo que surge precocemente, para alguns isso quase não os afeta, entretanto há aqueles que querem porque querem ser o foco da vez. Só que eles não lembram que no outro dia vai surgir alguém com uma ideologia mais absurda e ridícula do que a que eles vivem.
Informação temos aos montes para não sermos pessoas alienadas, desesperados por atenção temos aos montes e gente brincando de ser adulto, ah... Esses temos além do necessário.
Portanto, não faça parte da geração ostentação. Somos filhos da revolução, mas estamos estagnados na falta da evolução. #rimas
Lembrando que essa é minha opinião, formule a sua.
P.S.: Ah, e eles ostentam na hashtag #Porque#a#geração#ostentação#acordou#VemPraRua#OGiganteAcordou#MamãeMandouParar#InstaImbecil#InstaQualquerCoisa#PartiuSerInutil#PartiuTomarToddynho

MsRachel

Administradora do blog e estudante de jornalismo.

2 comentários

Anônimo24 de maio de 2014 às 10:08
Clap, clap, clap! Aplaudo de pé! Essa geração me enoja. Dá vontade de repensar sobre ter filhos. Não suportaria ver um filho (a) tão idiota como os integrantes da "geração ostentação"!
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