Swift

Carrie, a Estranha - Resenha

Antes de qualquer coisa, as resenhas aqui publicadas são embasadas nos livros que já li. Se houver alguma sugestão, envie.

Nova capa do livro.
Carrie, a Estranha (somente Carrie no título original), é o primeiro livro do Stephen King que é um puta escritor na minha opinião e um dos maiores clássicos da literatura de terror. O livro aborda a história de Carrieta White, uma adolescente oprimida pelo fanatismo religioso da mãe e pelo bullying dos colegas de classe e que tem poderes telecinéticos manifestados com maior força a partir de sua menstruação tardia. A cena é comum: depois de um treino na escola, o chuveiro feminino está lotado e Carrie menstrua pela primeira vez e, por conta da criação que teve com a mãe, ela acredita que está tendo uma hemorragia e não seu ciclo menstrual. As garotas jogam absorventes em Carrie enquanto ela grita por ajuda e até mesmo a professora Desjardin não acredita na reação da garota. O livro é contado através de relatos, trechos intercalados com a narração que dão um quê de documentário sobre a telecinesia e o caso White. Eis que com o decorrer da estória, o Baile de Primavera está se aproximando e entre as garotas que humilharam Carrie, está Sue Snell - a garota popular que namora o garoto popular Tommy Ross. Sue pede que o namorado acompanhe Carrie no baile como uma forma de se redimir pelo que fez num pedido de desculpas silencioso e Tommy aceita a proposta. É nesse momento que duas coisas importantes acontecem na estória: o plano de Chris e o aumento dos poderes de Carrie. A forma como o sangue é abordado em termos diferentes e como ele altera drasticamente as personagens é um ponto chave de Carrie, pois tudo começa e termina em sangue. É claro que a épica cena do banho de sangue é um dos melhores pontos do livro, há perspectivas diferentes sobre o que aconteceu e como aconteceu, desde a perspectiva da própria Carrie até a de uma das sobreviventes. Stephen King faz uma puta descrição do que acontece, dos pensamentos e sentimentos das personagens e a desorientação e descrença do que realmente estava acontecendo parecem te transportar às cenas.
Margareth White é outra personagem chave: o fanatismo dela é surpreendente e a forma como ela se mutila, se pune por ter pecado, pune Carrie por ter pensamentos impuros (que segundo ela, acarretam na maldição do sangue e espinhas) e vê quase tudo como um teste divino à sua fé a transformam numa das personagens mais complexas do livro. E uma das mais desgraçadas.
O livro teve um total de três adaptações: 1976, com Sissy Spacek como Carrie; 2002, com Angela Bettis no papel; 2013, com Chloë Grace Moretz. A primeira adaptação tem um quê de estranho na Sissy, a exploração da sexualidade, além dos efeitos da época que eram limitados mas que fizeram um bom trabalho e o consagraram como clássico. Já o último remake teve poucos pontos fortes (acredito que somente o banho de sangue e a atuação da Julianne Moore valeram os catorze reais do cinema), por conta da pouca idade da Chloë (dezesseis anos na época), o filme já não teve essa exploração da sexualidade que é um ponto forte do livro e um final clichê desgraçado de telecinesia (ah, ela vai voltar... Jean Grey). Mas nenhum filme conseguiu fazer O final. Porque o final do livro é quase inacreditável.

Nota do livro: 5 de 5.
Nota do filme (1976): 4,8 de 5.
Nota do filme (2013): 1 de 5.

Dica para quem quer comprar:
o livro recebeu uma nova capa e está em torno dos R$ 40,00 (média), portanto baixe a versão em PDF e leia um trecho, se você se interessar ou quiser comprar logo faça pesquisar online e em lojas físicas. No meu caso, comprei pela Saraiva (não é propaganda, é que a entrega por essa loja é mais rápida mesmo) online e recebi em dois dias. Sempre que for comprar um livro, veja nas informações qual é a edição. Quanto mais edições, menos conteúdo e mais condensado será o livro.

Você também pode gostar de ler

0 comentários